Aconteceu nesta segunda-feira (22), em São Paulo (SP), a terceira edição do Fórum Turismo de Luxo no Brasil, evento que reuniu grandes nomes do segmento para discutir, em uma noite de painéis, algumas das principais tendências e tópicos, apresentando cases e caminhos para destacar o cenário nacional.

Melissa Oliveira, diretora dos Hotéis Unique, e Jean-Philippe Pérol, da Cap Amazon, abordaram o seguinte questionamento como tema: “Como o Brasil pode se destacar na hotelaria?”. Para Melissa, a principal atitude para que um hotel brasileiro de luxo continue em evidência é se manter consistente na sua identidade. “O empreendimento deve saber quais são seus pontos fortes para se manter estável. No Unique, mantemos a identidade e do conceito que chamamos de ‘luxo democrático’. No restaurante Skye, por exemplo, recebemos diferentes tipos de visitantes todas as noites; acolhemos bem desde altos executivos, até pessoas que utilizam a piscina”, conta.

Sobre a classificação hoteleira no Brasil, Pérol considera necessária uma definição adequada. “Seria necessário fazer adaptações e definir o que seria o hotel de luxo brasileiro. Ajudaria, inclusive, os próprios hoteleiros a saber quais critérios devem seguir para chegar neste patamar”, explica.

Tanto para Melissa quanto para Pérol, os hotéis de luxo devem vender experiências, que também envolvam a cidade em que se localizam. “Nosso grande desafio é a maneira de falar com o público. “Investimos também em experiências diferentes, como é no caso do Unique em São Paulo (SP), no qual oferecemos um tour de bicicleta pela cidade”, afirma Melissa.

Pérol destacou, ainda, duas ideias que acredita definir o luxo: a perfeição do produto e a exceção da experiência.

A segunda apresentação ficou a cargo de Martin Frankenberg, diretor da agência de luxo Matueté e presidente da Brazilian Luxury Travel Association (BLTA) e Guilherme Padilha, CEO da Auroraeco, discutindo o conceito do chamado “Travel Designer”.

Com a expertise da Matueté, Frankenberg enfatiza que a melhor saída para qualquer empresa que trabalha como operadora no Brasil, deve ser entender bem o nicho de trabalho. “Qualquer agência de viagem que se resume apenas em vender quartos e hotel e passagens aéreas tem pouco tempo de vida. A melhor saída para qualquer empresa que trabalha com isso, é entender seu segmento, que pode ser o luxo ou a natureza, por exemplo. O que você precisa oferecer é uma expertise que não se encontra facilmente. A solução é se preocupar com a experiência do cliente como um todo”, defende o diretor da Matueté. Segundo ele, ainda, para a Matueté, cada cliente é diferente um do outro, independente de sua nacionalidade.

Para o CEO da Aurora Eco, as viagens de conhecimento, como as focadas em gastronomia, são fortes da empresa. “Começamos fazendo viagens ativas de alto padrão e oferecemos momentos surpreendentes durante a viagem. Queremos trazer o que o local tem de melhor e mais surpreendente. Visamos utilizar os canais on-line de divulgação de uma maneira correta e entregar uma mídia adequada ao tipo de receptor que desejamos conquistar”, expõe Padilha.

Frankenberg conta que a Matueté investiu em um branding que acompanha a marca, assim como as viagens que a empresa oferece. “Não adianta investir em um branding que não reflita naquilo que você se propõe a fazer. O que eu posso dizer para uma agência de luxo, é o que melhor cliente é o amigo do seu cliente. Conseguir embaixadores da sua marca, que contam e apresentam eles a você, é o que mais funciona no segmento de luxo. Muitas vezes o turismo de alto luxo é quase impermeável ao marketing. A melhor propaganda é o boca a boca”, pontua.

Finalizando o Fórum, Milagros Koepke, do Turismo do Peru, e Malcom Griffiths, da VisitBritain, apresentaram cases de sucesso relacionados aos dois países.